CONVERSAS NA REDE
Uma série de conversas em que Ailton Krenak e convidades embarcam em reflexões sobre a vida, com a participação de artistas visuais e musicais. Até o momento, Ailton já conversou com o filósofo Emanuele Coccia, os antropólogos Nastassja Martin e Eduardo Viveiros de Castro, o fotógrafo Hiromi Nagakura, o ativista e pacifista Satish Kumar e o antropólogo Jeremy Narby.
Todas as conversas contam com legendas em português e inglês.
Acesse a playlist Conversa na Rede, em nosso canal, ou saiba mais sobre cada episódio abaixo, incluindo vídeos extra e sugestões de materiais relacionados.
TERRITÓRIOS ABRASADOS
Ailton Krenak e Jeremy Narby
“…as plantas, elas precisam de territórios para existir. Esses territórios estão abrasados, literalmente abrasados pela mudança climática – que não é produto da fala das pessoas, é produto da atividade econômica, política, que se inclui nesse rol bombardeios, guerras.” – Ailton Krenak
O planeta está hiperinflamado em resposta à infecção causada pelo sistema consumista humano.
Sentados em redes, dois amigos se encontram para trocar impressões no ateliê da artista plástica Gabriela Machado, no Rio de Janeiro.
Uma conversa sobre o que fazer e como viver em territórios abrasados, territórios impactados pelas mudanças climáticas. Diante da contundente realidade do aquecimento global, o que fazer ou não fazer?
Partindo de visões opostas, Ailton Krenak e Jeremy Narby compartilham o respeito e a admiração pelas plantas e toda a vida que delas emana.
Fagulhas, cores, serpentes cósmicas, flores incandescentes vibram das pinturas de Gabriela Machado, enquanto Nana Carneiro da Cunha traz no violoncelo improvisos sobre a Cantiga Caicó, música do cancioneiro popular, que está na bachiana nº 4 de Villa Lobos e ganhou nova versão por Teca Calazans e letra de Milton Nascimento.
Esta sexta conversa na rede é uma saudação à vida mais que humana, especialmente à folha.
VÍDEO EXTRA
Colher, tecer, deitar, sonhar. Ailton Krenak aqui partilha saberes sobre a rede, esse utensílio selvagem. Ícone das nossas conversas na rede, ela só não apareceu no encontro Shiva e o beija-flor, entre Ailton e Satish Kumar. Nessa conversa, o bambuzal e seu rizoma eram o próprio tecido trançado de uma imensa rede.
Este trecho extra da Conversa na Rede entre Ailton e Jeremy Narby é um elogio à rede, um pequeno filme que dá boas vindas ao novo episódio da série.
MATERIAIS RELACIONADOS
– Playlist Jeremy Narby no Selvagem Ciclo
– Livro A Serpente Cósmica: o DNA e a origem do saber, de Jeremy Narby (Dantes, 2018)
– Livro Plantas Mestras: tabaco e ayahuasca, de Jeremy Narby e Rafael Chanchari Pizuri (Dantes, 2022)
– Caderno Brasil, guardião do futuro, de Jeremy Narby
– Caderno Plantas como cérebros, de Jeremy Narby
– Caderno Entrar no mundo: conversa sobre plantas mestras, de Ailton Krenak e Carlos Papá
– Flecha Selvagem 4, A Selva e a Seiva
CRÉDITOS DO EPISÓDIO
Direção:
Anna Dantes
Produção:
Madeleine Deschamps
Assistente de Produção:
Daniel Grimoni
Artista:
Gabriela Machado
Música:
Improvisos sobre a Cantiga Caicó, por Nana Carneiro da Cunha
FILMAGEM – ROCCA FILMES
Direção de fotografia: Rafael Rolim
Câmeras: Rafael Rolim, Lucca Pougy, Clara Monteiro e Amanda Carpá
Som direto: Toninho Muricy
Assistente de produção: Leticia Schimmelpfeng
Foto still: JPrado
Tradução da conversa para o inglês: Mary Hatakeyama e Ana Jurema
Tradução da conversa para o espanhol: Mary Hatakeyama, Daniela Ruiz e María Ovidio
Técnico de montagem:
Andrew de Freitas
Agradecimentos: Corinne Petignat, Digo Fiães, João Paulo Quintella, Mariana Zampier, Rodrigo Quintela
SHIVA E O BEIJA-FLOR
Ailton Krenak e Satish Kumar
Deidades evocadas desde lugares tão distantes como a Índia e o Brasil manifestam-se no bambuzal do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Feito uma catedral vegetal, a clareira de folhas recebe apenas dois bancos feitos por Anapuatã Mehinako.
Ali sentados, Ailton e Satish falam sobre a vida e sua transmutação.
A rede aqui é invisível, rizoma subterrâneo e teia espiritual por onde transitam as forças da destruição renovadora e do amor radical.
Quem é Shiva? Quem é o beija-flor?
A conversa conta com a participação musical de Amora Pêra e com ilustrações de Aza feitas ao vivo durante a conversa entre Ailton e Satish.
VÍDEO EXTRA
Neste filme, Amora Pêra – que faz uma participação musical na conversa – canta Libertad mariposa, uma música de seu pai, Gonzaguinha, lançada em 1980 no disco “De volta ao começo”.
MATERIAIS RELACIONADOS
– Caderno Um manifesto do amor, de Satish Kumar
CRÉDITOS DO EPISÓDIO
Direção:
Anna Dantes
Produção:
Madeleine Deschamps
Assistentes de produção:
Daniel Grimoni e Alice Faria
Participação musical:
Amora Pêra, cantando “Pèrègún o – Orin Orixá”
Artista convidada:
Aza
Animação:
Luciano Gomes
FILMAGEM – ROCCA FILMES
Direção de fotografia: Rafael Rolim
Câmeras: Rafael Rolim, Lucca Pougy, Jota Prado e Mauricio Machado
Som direto: Toninho Muricy
Assistentes de câmera: Jean-Baptiste Deschamps e Mauricio Machado
Fotografia: Miguel Casanova
Edição e finalização: Gabriel Ingber
Tradução consecutiva: Fernanda Vidal
Legendas: NOZ Audiovisual
Bancos de madeira: Anapuatã Mehinako – Tucum Brasil
Agradecimentos: Amanda Santana, Bia Tadema, Carol Comandulli, Digo Fiães, Escola Schumacher Brasil, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Lídia Vales, Lívia King, Marcos Nadruz, Pedro Rocha e Viviane Fonseca-Kruel
心 KOKORO | CORAÇÃO
Ailton Krenak e Hiromi Nagakura
“O coração podia ser pensado como a chave para todas as transformações que a gente deseja no mundo.” – Ailton Krenak
“Talvez seja aí que resida o poder dos povos originários: manter as portas abertas para o futuro. É o que penso.” – Hiromi Nagakura
Neste quarto episódio da série “Conversa na Rede” – ‘心 Kokoro’, que quer dizer ‘coração’ em japonês –, Ailton Krenak e Hiromi Nagakura se encontram na casa-ateliê de Tomie Ohtake, em São Paulo. Reunidos após muitos anos, os dois amigos relembram episódios de suas vivências na Amazônia enquanto refletem sobre temas como as fronteiras no mundo contemporâneo, a relação entre floresta e metrópole e a possibilidade de conexão verdadeira entre as pessoas.
A conversa conta ainda com a participação musical de Marlui Miranda, trazendo uma camada sensível com cantigas e histórias dos povos indígenas com os quais conviveu.
VÍDEO EXTRA
Marlui Miranda – que faz uma participação musical na conversa – conta uma narrativa na língua Suyá sobre a origem do beiju no tempo dos antigos. Marlui também compartilha um pouco sobre o sentido dessa história e a maneira como é contada nas aldeias.
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Marlui Miranda canta uma cantiga de ninar do povo Juruna, trazida por Hi Juruna, Tarinu Juruna e Yabaiwa Juruna.
MATERIAIS RELACIONADOS
– Livro Um rio um pássaro, de Ailton Krenak (Dantes, 2023)
– Artigo Conexão Amazônia Japão Coração
MAIS SOBRE A CONVERSA
Essa conversa foi filmada no âmbito da exposição Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak, que foi inaugurada em outubro de 2023 no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, com a presença de ambos.
Entre 1993 e 1998, Ailton e Nagakura viajaram juntos por diferentes territórios indígenas. A exposição traz os registros dos encontros com os povos Krikati, Guarani Mbya, Ñandeva e Kaiowá, Yawanawá, Yanomami, Huni Kuï – Kaxinawá, Akrãtikatêjê – Gavião da Montanha e Ashaninka.
O livro Um rio, um pássaro (Dantes, 2023), com reflexões feitas por Ailton durante essas viagens, também foi lançado durante a semana de abertura da exposição.
No âmbito dessa conversa, também realizamos a tradução das 7 Flechas Selvagem e do caderno A vida é selvagem, de Ailton Krenak, para o japonês.
Um rio um pássaro traz dois textos de Ailton Krenak. O primeiro texto, com o mesmo título do livro, data dos anos 1990, quando Ailton viajou por diversas terras indígenas na companhia do fotógrafo japonês Hiromi Nagakura. São reflexões sobre a vida e memórias sobre a formação do movimento indígena no Brasil. Até então, os registros dessas suas falas haviam sido publicados somente no Japão. Uma cachoeira é o título do segundo texto, também inédito. Nesse texto, de 2023, Ailton aprofunda o tema do abismo cognitivo causado pela separação da cultura e da natureza, além de discorrer sobre a neutralidade como subterfúgio ético diante do colapso ambiental.
CRÉDITOS DO EPISÓDIO
Direção:
Anna Dantes
Produção:
Madeleine Deschamps
Participação musical:
Marlui Miranda
Artista convidada:
Tomie Ohtake
FILMAGEM
Direção e edição: Filipe Franco
Assistência de direção: Ana Hirszman Sampaio
Câmeras: Giuliana Eira e Caio Mazzilli
Fotografia: Fred Siewerdt
Som direto: Tomás Franco
INSTITUTO TOMIE OHTAKE
Coordenação:
Carol Tonetti
Produção:
Vitória Arruda, André Luiz Bella, Fernanda L. Beraldi, Jacildo A. Paula, Marcos Sustani, Victor Constantino
Redes Kuikuro e Mehinaku: Amoa Konoya Arte Indígena
Tradução consecutiva: Yoshihiro Odo e Eliza Otsuda
Tradução e revisão das legendas em inglês: Marina Matheus e Margit Leisner
Legendas: NOZ audiovisual
Agradecimentos especiais: Angela Pappiani, Carolina Pasinato, Casa-Ateliê Tomie Ohtake, Jane dos Santos Lima, José Carlos Pezybyn, Rosa Maria dos Santos Lima, Cristiane Vanderlin Vicente de Lima Soares, Daniel Grimoni, Elisa Miranda Santilli, Gabriel Zei, Maria de Fátima Rocha, Ricardo Ohtake, José Menezes, Diego Brito, Nimboo’s Filmes, Panamá Filmes
Esta Conversa na Rede é uma realização do Selvagem, ciclo de estudos sobre a vida, em parceria com o Instituto Tomie Ohtake. Foi produzida no âmbito da exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”.
Ministério da Cultura, Governo do Estado de de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Bradesco e Instituto Tomie Ohtake apresentam:
“Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”
PARTÍCULAS PARTICULARES
Ailton Krenak e Eduardo Viveiros de Castro
“O que está acontecendo com o planeta, todos os povos estão sentindo, estão percebendo.” – Eduardo Viveiros de Castro
“Os brancos estão interessados na contabilidade do mundo: quanto mundo tem pra ele comer. E os povos indígenas estão interessados em quantos mundos eles podem criar.” – Ailton Krenak
Ailton Krenak e Eduardo Viveiros de Castro se encontram no ateliê de Carlos Vergara, no Rio de Janeiro. À sombra de uma mangueira, conversam sobre temas como as convergências entre a ciência moderna e a sabedoria indígena, os impactos ambientais do capitalismo e a possibilidade de criar novos mundos a partir das ruínas do que conhecemos.
VÍDEO EXTRA
Ailton e Eduardo refletem sobre a atenção dos povos indígenas aos elementos do seu território; e Ailton conta a história de quando, em uma expedição pela Amazônia, ele e seu grupo foram seguidos por um casal de onças.
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Ailton narra o episódio de uma visita feita por ele e uma comitiva indígena ao gabinete de Darcy Ribeiro, antropólogo e professor brasileiro, e o estranhamento dos funcionários com a sua chegada, além de alguns fatos inusitados sobre esse personagem histórico.
MATERIAIS RELACIONADOS
– Caderno Subjetivação radical do mundo, de Eduardo Viveiros de Castro
– Entrevista Entre dois mundos, com Eduardo Viveiros de Castro
CRÉDITOS DO EPISÓDIO
Direção:
Anna Dantes
Produção:
Madeleine Deschamps
Participação musical:
Ana Paula Cruz
Artista convidado:
Carlos Vergara
Filmagem:
Direção geral e edição: Elisa Mendes
Direção de câmera: Clara Cavour
Câmera: Clara Cosentino e Eder Neves
Som:
Priscila Alves
Fotografia:
Juliana Chalita
Técnico de montagem:
Andrew de Freitas
Agradecimentos especiais:
Carlos Vergara, João Vergara, Antônio Justo, Digo Fiães, Luiz Camillo Osorio, Cecilia Cavalieri, Teresa Duque Estrada, Rodrigo Maré e Rodrigo Quintela
OS ELEMENTOS ESTÃO FALANDO
Ailton Krenak e Nastassja Martin
“É muito importante alimentar ao menos a utopia de fazer um furo no muro da cidade.” – Ailton Krenak
“O que estou tentando fazer é pensar os limites dos conceitos que colocamos no mundo.” – Nastassja Martin
Ailton Krenak e Nastassja Martin se encontram na casa de Denise Milfont, no Rio de Janeiro. Tecendo fios de palavras, dialogam sobre temas como a separação entre natureza e cultura, a potência da oralidade e a diversidade de entendimentos sobre os limites do mundo vivo.
MATERIAIS RELACIONADOS
– Caderno O regressar da noite: reflexões sobre a vida onírica, aqui e ali, de Nastassja Martin
– Conversa Caminho-sonho, com Nastassja Martin e Ailton Krenak – ciclo Sonhos
CRÉDITOS DO EPISÓDIO
Direção:
Anna Dantes
Produção:
Madeleine Deschamps
Artista convidada:
Zoé Dubus
Participação de Mona Cara
Participação musical:
Rodrigo Maré
Ayla
Filmagem e edição: Elisa Mendes
Assistente de filmagem: Lucas César
Som: Priscila Alves
Transcrição da conversa em português: Mary Hatakeyama e Katlen Rodrigues
Tradução da conversa em inglês: Ana Jurema e Gerrie Schrik
Tradução da conversa em francês: Christophe Dorkeld e Isabelle Véronique
Legendas: NOZ Audiovisual
Parceria e apoio: Embaixada da França no Brasil
Agradecimentos especiais:
Denise Milfont, Marion Loire, Nathalia Grilo, Claudine Offredi, Rafael Mastrocinque, Editora 34 e Bino
AMAR, COMER E SER COMIDA
Ailton Krenak e Emanuele Coccia
“Estamos o tempo todo experimentando outras vidas em nós, tudo altera nossa experiência.” – Ailton Krenak
“A simbiose é um paradoxo: é o ato pelo qual dois organismos se comem sem se destruir.” – Emanuele Coccia
Sentados cada um em uma rede-canoa, Ailton Krenak e Emanuele Coccia se encontram frente a frente no ateliê do artista Luiz Zerbini, no Rio de Janeiro. Embalados pelos vaivéns, eles dialogam sobre temas como o desconforto com a ideia de futuro, a necessidade de reconexão com a materialidade da vida e a influência de outras formas de vida sobre nossos corpos humanos.
MATERIAIS RELACIONADOS
– Livro Metamorfoses, de Emanuele Coccia (Dantes, 2020)
– Playlist Emanuele Coccia no Selvagem Ciclo
– Flecha Selvagem 3, Metamorfose
– Artigo Flecha 3 – Metamorfose
– Caderno A lagarta e a borboleta
CRÉDITOS DO EPISÓDIO
Direção:
Anna Dantes
Produção:
Madeleine Deschamps
Artista:
Luiz Zerbini
Participação musical:
Raquel Dimantas e Thiago Nassif
Arto Lindsay
Filmagem e edição: Elisa Mendes
Assistente de filmagem: Lucas César
Som: Marcos Valério
Transcrição da conversa em português: Katlen Rodrigues
Tradução da conversa em inglês: Marina Matheus e Paloma Bianchi
Tradução da conversa em francês: Christophe Dorkeld
Legendas: NOZ Audiovisual
Parceria e apoio: Embaixada da França no Brasil
Agradecimentos especiais:
Vincent Zonca, Marion Loire, Dantes Editora, Digo Fiães e Bino
Ateliê Luiz Zerbini: Luiz Zerbini, Ana Luiza Fonseca, Filipe Martins, Juliana Wähner, Ruan D’Ornellas