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Notícias e Desdobramentos

CONEXÃO AMAZÔNIA JAPÃO CORAÇÃO

By 1 de February de 2024#!30Tue, 30 Sep 2025 10:05:32 -0300-03:003230#30Tue, 30 Sep 2025 10:05:32 -0300-03:00-10America/Sao_Paulo3030America/Sao_Paulo202530 30am30am-30Tue, 30 Sep 2025 10:05:32 -0300-03:0010America/Sao_Paulo3030America/Sao_Paulo2025302025Tue, 30 Sep 2025 10:05:32 -03000510059amTuesday=821#!30Tue, 30 Sep 2025 10:05:32 -0300-03:00America/Sao_Paulo9#September 30th, 2025#!30Tue, 30 Sep 2025 10:05:32 -0300-03:003230#/30Tue, 30 Sep 2025 10:05:32 -0300-03:00-10America/Sao_Paulo3030America/Sao_Paulo202530#!30Tue, 30 Sep 2025 10:05:32 -0300-03:00America/Sao_Paulo9#No Comments
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No dia 03 de fevereiro de 2024, às 12h, vai ao ar 心 Kokoro | Coração, a quarta Hammock Talks. Neste episódio, realizado pelo Selvagem, ciclo de estudos em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, Ailton Krenak conversa com Hiromi Nagakura, fotógrafo e ativista japonês que esteve no Brasil em outubro de 2023 para a abertura da exposição Hiromi Nagakura to the Amazon with Ailton Krenak, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

Gravada na casa ateliê de Tomie Ohtake, com tradução consecutiva do japonês para o português e vice-versa, os dois amigos, reunidos após muitos anos, relembram episódios de suas vivências enquanto refletem sobre temas como as fronteiras no mundo contemporâneo, a relação entre floresta e metrópole e a possibilidade de conexão verdadeira entre as pessoas. Kokoro, em japonês, quer dizer coração.

“O coração podia ser pensado como a chave para todas as transformações que a gente deseja no mundo.” – Ailton Krenak

 

A quarta Hammock Talks contou com a participação musical de Marlui Miranda, cantora, compositora, arranjadora, pesquisadora e produtora cultural que há mais de 40 anos trabalha com pesquisa de tradições musicais dos povos da Amazônia. Marlui é considerada a mais importante intérprete e pesquisadora da música indígena do Brasil. Do encontro com ela nasceram outros dois filmes, lançados nos dias 6 e 8 de fevereiro. Em Metumji Iáren, fala dos antigos and Abina Wabaku Tade, cantiga de ninar, Marlui canta e conta histórias dos povos Suyá e Juruna Yudja.

A gravação 心 Kokoro | Coração envolveu dois tradutores: Eliza Otsuda e Yoshihiro Odo, que acompanharam e traduziram as falas em tempo real. Eliza foi a intérprete que acompanhou Ailton e Nagakura nas viagens nos anos 1990 e Yoshihiro foi quem traduziu para o japonês e trouxe de volta para o português as falas de Ailton que compõe o livro Um rio um pássaro [A River a bird], lançado pela Dantes Editora em 2023, no semana de abertura da exposição em São Paulo.

 

Entre 1993 e 1998, Ailton e Nagakura viajaram juntos por diferentes territórios indígenas. A exposição traz os registros dos encontros com os povos Krikati, Guarani – M’bya, Ñandeva e Kaiowá, Yawanawá, Yanomami, Huni Kuï – Kaxinawá, Akrãtikatêjê – Gavião da Montanha e Ashaninka.

A river, a bird (Dantes Editora, 2023)’, livro que evoca dois tempos do filósofo da floresta, traz como primeiro texto uma costura das reflexões feitas por Ailton durante essas viagens. Ele é a semente dos movimentos do Selvagem em direção ao Japão.

 

 

 

Ainda no âmbito da exposição de Nagakura, foram lançadas as versões em japonês das 7 Flechas Selvagens and of the notebook A vida é Selvagem.

 

A série Wild Arrows projetou o Selvagem para a linguagem audiovisual, abrindo caminhos para novas perguntas. Livres para voar, elas viajam o mundo e ativam consciências e corações. 

Acesse aqui a playlist FLECHAS 

 

A vida é Selvagem, de Ailton Krenak, nasce de uma conversa entre Ailton e Anna Dantes em 2021 e traz uma profunda e sensível reflexão sobre a necessidade de nos conectarmos com o que há de selvagem em nós e na vida que nos atravessa.

versão em japonês | versão em português

Antoine De Mena e Tomokatzu Baba integram a Comunidade Selvagem e trabalharam nas traduções e revisões dos materiais, abrindo a frente de textos em japonês. 

Na mesma semana, lançamos o Caderno Selvagem Dois tipos de xamãs japoneses: o médium e o asceta, de Carmen Blacker, traduzido do inglês para o português por Mary Hatakeyama e revisado por Anna Barbosa e Marina Matheus, também integrantes da Comunidade.

 

Este texto integra a antologia ‘Shamans through time: 500 years on the path to knowledge’, editada por Jeremy Narby e Francis Huxley.

Além de ficar disponível no canal do Youtube do Selvagem, 心 Kokoro |Coração fará parte das obras que compõem a exposição. Depois de uma temporada de três meses no Instituto Tomie Ohtake, Hiromi Nagakura to the Amazon with Ailton Krenak vai para o CCBB do Rio de Janeiro, com abertura no dia 27 de fevereiro e permanência de três meses. A Hammock Talks entre os dois amigos será exibida em um telão no espaço expositivo.

Nas palavras de Angela Pappiani, entrevistada pelo Grupo Comunicações da Comunidade Selvagem para a ARCA em outubro de 2023, a exposição é a materialização de uma grande amizade. Angela foi curadora adjunta da exposição, que tem curadoria de Ailton Krenak. São escritos por ela os textos que acompanham as fotografias de Nagakura.

Acesse a entrevista here 

 

“O Nagakura é uma dessas pessoas especiais. A gente seguiu numa relação de amizade. Nagakura sempre fez essas pontes de um jeito muito especial, muito amoroso. Então é muito mais do que a exposição de um fotógrafo que esteve na floresta, é a exposição de um amigo querido que faz um trabalho primoroso. Ele documenta não só imagens que depois viram livros e exposições, ele divulga muito os povos e o pensamento dos povos que ele fotografa. Então está viva na memória das aldeias a passagem do Nagakura. Isso é afeto. Não foi um fotógrafo que passou lá, fez umas fotos e foi embora. Tinha uma relação verdadeira”. 

In 心 Kokoro | Coração, Nagakura e Ailton dizem:

“Procuro remover as barreiras de diferenças de cultura, nacionalidade e me aproximar do coração das pessoas. Só então tiro a foto. Enquanto a parede do coração estiver fechada, não se consegue penetrar. Mas quando se abre e se consegue entrar, podemos entender um pouco mais o que a pessoa pensa.” 

Hiromi Nagakura

 

“É preciso cultivar um coração como quem cultiva um jardim.” 

Ailton Krenak



Texto: Mariana Rotili

Photos: Fred Siewerdt