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CICLO NHE’ËRY – MBAÉ KAÁ

Em 1884, o botânico e pesquisador João Barbosa Rodrigues (1842-1909) – que se tornou diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro – viveu entre os indígenas Crichaná, na selva amazônica, estudando a nomenclatura botânica indígena: a Mbaé Kaá.

O resultado dessa vivência foi objeto da comunicação de Barbosa no 3o Congresso Científico Latino-Americano, em 1905. Mais de 100 anos depois, a Dantes Editora recupera e publica essa produção, atualizando-a em uma nova edição, Mbaé Kaá: o que tem na mata. A botânica nomenclatura indígena, um dos primeiros livros da coleção Selvagem.

Nos diálogos do ciclo online Nhë’ery – Mbaé Kaá, propomos uma aproximação entre essa história do pensamento botânico e de pesquisa em relação às florestas do território brasileiro e o pensamento Guarani, com sua cosmologia, sua língua e seus saberes. 

De que forma o pensamento da ciência ocidental moderna sobre as plantas pode se comunicar com os conhecimentos dos povos originários? O que a linguagem, as palavras, as nomenclaturas e os sistemas de classificação podem nos apontar sobre formas de perceber, compreender e estar no mundo?

SOBRE O CICLO

O ciclo é composto por 4 encontros online. Também indicamos a leitura do livro Mbaé Kaá: o que tem na mata, um dos livros da coleção Selvagem e fonte importante para a criação deste ciclo.

A mediação dos encontros foi de Carlos Papá, liderança do povo Guarani e um dos pensadores da constelação Selvagem.

Convidados: Ailton Krenak, Fabio Scarano, Cristine Takuá, Saulo Kuaray, Antônio Wera Kwaray e Anderson Santos

LIVRO

Mbaé Kaá, o que tem na mata. A botânica nomenclatura indígena

Falante do tupi antigo, do nheengatu e do guarani, em 1905 João Barbosa Rodrigues publica Mbaé Kaá, Tapyiyetá Enoyndaua. A Botânica nomenclatura indígena, uma contundente defesa do conhecimento nativo diante do meio científico. Mesmo dentro do vocabulário da época e das perspectivas do início do século é um livro fundamental para apoiar o reconhecimento da sabedoria indígena no Brasil e no mundo. A Dantes buscou atualizar essa memória, e esticá-la aos dias de hoje, ao epicentro que é o Jaraguá, uma aldeia urbana do povo Guarani em plena cidade de São Paulo. A nova do edição livro foi ilustrada por crianças, jovens e adultos Guarani durante uma oficina em setembro de 2018 na aldeia Pyau. Foram também elaboradas novas notas. A apresentação é assinada por Sergio Besserman e a introdução por Fabio Rubio Scarano.

ROTEIRO
EXPOSIÇÃO MBA’É KA’Á

No dia 08 de março de 2024 foi inaugurada, junto ao novo Museu do Jardim Botânico, a exposição Mba’é Ka’á (o que tem na mata) – Barbosa Rodrigues entre plantas e pajés.

Com narrativas ligadas aos estudos do Selvagem, a exposição trouxe para o espaço cultural pinturas, cestarias, bichinhos de madeira e outras expressões artísticas dos povos Guarani e Baniwa para dialogar com o trabalho do botânico e pesquisador João Barbosa Rodrigues.

Na exposição também aconteceu, pela segunda vez, o Jardim Viva Viva Escola Viva, um espaço de aprendizagens e celebração da diversidade de vidas e do bem viver. A primeira montagem do Jardim foi na exposição Viva Viva Escola Viva, realizada entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024 na Casa França-Brasil.

Barbosa Rodrigues (1842-1909) foi uma figura de grande importância para a botânica no Brasil e no mundo. A partir de viagens e pesquisas de campo, reuniu estudos, escritos e ilustrações sobre inúmeras espécies de plantas – como as palmeiras brasileiras, às quais dedicou anos de atenção, que resultaram na publicação de sua obra Sertum palmarum brasiliensium, uma referência na botânica no mundo.

Em suas viagens pelo Brasil, Barbosa Rodrigues percebeu o vasto conhecimento botânico dos povos indígenas, que também estava contido em sua nomenclatura botânica: nos nomes que davam às plantas, que traziam indicações sobre suas características e usos possíveis, entre outros elementos. Essa pesquisa foi, em 2018 resgatada e publicada pela Dantes Editora, como parte dos estudos do Selvagem, no livro Mba’é Ka’á: o que tem na mata – a botânica nomenclatura indígena.

Anos depois, tomou lugar esse reencontro na forma da exposição Mba’é Ka’á, celebrando a integração de saberes, conhecimentos, expressões artísticas e formas de se relacionar com a floresta.

PLAYLIST

Sinopse: Compartilhamos alguns filmes que criamos para nos aproximar delicadamente dos encantos da floresta e da língua Guarani. São
pequenas “aulas” em Guarani com tradução em português, concebidos pelo Selvagem para aproximar o público dos encantos da floresta
e da língua Guarani assinados por Anna Dantes, Carlos Papá, Cris Takuá e Elisa Mendes.

NHE’ERY

GALERIA DE FOTOS

Fotos: Renato Mangolin

CRÉDITOS

Curadoria
Anna Dantes

Pesquisa, conteúdo e cessão de uso de arquivo
Selvagem, ciclo de estudos sobre a vida

Coordenação das oficinas de pintura das palmeiras e das telas sobre a Nhe’ëry
Carlos Papá, Escola Viva Guarani – Terra Indígena Rio Silveira, São Paulo

Colaboração
Cristine Takuá, Escolas Vivas, Dantes Editora e Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Desenhos e palavras nas paredes:
Cristine Takuá, Carlos Papá, Kauê e Djeguaká

Montagem
Camuflagem

Design Gráfico
Disarme Grafico

Iluminação
Acenda Iluminação | Diana Joels e Paula Carnelós

Produção Gráfica
Base Comunicação Visual | Rodrigo Pinilla

Produção
IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão

CRÉDITOS JARDIM VIVA VIVA ESCOLA VIVA

roda de bichinhos, ajakás, maracás, plantas e banquinhos

Montagem
Cristine Takuá

“8 ajakás (cestos) pequenos”
Letícia Macena
Palha de taquara tingida, 8 x 6,5 cm, 2023

“66 bichinhos”
Thiago Wera Benites
Madeira, tamanhos variados, 2023

“5 maracás”
Karai Mirim
Cabaça, sementes e madeira, tamanhos variados, 2023

Plantas
As plantas vivem no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, sob os cuidados da Coleção Temática de Plantas Medicinais e da Coleção Viva.

Bancos
17 banquinhos
Ateliê Arte de Obra